domingo, 9 de maio de 2010

EDUCAÇÃO INFANTIL - o cotidiano na pré-escola e os indicadores de qualidade

Há muito se discute a questão da rotina e a função que a mesma exerce sobre o desenvolvimento infantil. Considera-se na creche/pré-escola, a sequência de momentos em que as crianças interagem com pessoas e objetos e a possibilidade em que elas cuidam de seu corpo e ampliam seus conhecimentos.
Sugere-se dividir as atividades realizadas na instituição em quatro grupos: organização coletiva, atividades de cuidado pessoal, atividades dirigidas e atividades livres.
O primeiro grupo se refere aos momentos de atividades organizadas coletivamente pelas turmas de crianças. Deve-se destacar que as crianças menores necessitam de maior atenção dos adultos para tomarem parte das atividades de modo satisfatório.
As atividades de cuidado pessoal aludem ao cuidar de si. Preocupar com o cuidado pessoal, com a saúde e com a higiene são fundamentais para o bem estar físico, psicológico e social das crianças.
O grupo das atividades dirigidas é entendido como aquele em que o professor procura chamar a atenção para algum elemento novo do ambiente, como uma figura, uma brincadeira com som, entre outros.
Acredita-se que as atividades livres devem fazer parte da programação diária de todos os grupos de crianças e que cabe ao professor respeitar as ideias que partem das mesmas.
Mas estes são apenas alguns gestos. A criança na creche/pré-escola integra-se à rotina da mesma, junto com os seus pares, em harmonia, mas não em sincronismo, cada um deve ser reconhecido como único, dotado daquilo que lhe torna um sujeito sócio-cultural.

INDICADORES DE QUALIDADE

Reveladores de qualidade que determinam aspectos dos serviços de uma Instituição Infantil e permitem a análise do nível de qualidade da mesma, servindo como parâmetros para o planejamento e intervenção, podem ser apontados como:
acessibilidade e utilização dos serviços: indica o nível de atendimento da demanda de creches na quantidade e localização exigidas pela sociedade, uma vez que o acesso a elas é um direito constitucional de toda criança.
ambiente físico: considera vários aspetos: luminosidade e arejamento, estética, segurança, adequação e funcionalidade dos ambientes de serviço e aspectos da promoção da saúde infantil.
atividades de aprendizagem: precisam reconhecer o valor e a importância de uma programação educativa, sendo fundamental que na elaboração da proposta pedagógica seja contemplado: atenção especial a criança, critérios adequados para a escolha de instrumentos da ação educativa, dos projetos a serem desenvolvidos, dos jogos e materiais lúdicos/didáticos e também das relações interpessoais.
sistemas de relações: precisam atuar e demonstrar que a criança, desde bem pequena, é capaz de estabelecer relações com o ambiente em que vive ou com as pessoas, com os objetos e  eventos.
ponto de vista dos pais (ou responsáveis): relação complexa, que envolve expectativas, atribuições, interpretações que nem sempre são explicitadas.
comunidade: ambiente de inserção da creche que requer a articulação no bairro com as demais instituições/oportunidades/serviços públicos ou privados, de caráter social ou comercial.
avaliação da diversidade: precisam ser conhecidas para serem compreendidas e devidamente trabalhadas.
avaliação das crianças: a avaliação é o ato de conhecimento e de reconhecimento de valores e tem como base a subjetividade, devendo ser formativa e sem o objetivo de promoção.
relação custo/benefício: precisa ser visto de forma mais ampla, qualitativa mesmo, e não utilizando tabelas econômico/financeiras, de receitas e despesas.
valores éticos: constituem junto à organização e a gestão da creche/pré-escola pontos de equilíbrio de todos os indicadores de qualidade, uma vez que quanto maior for a coerência entre programação, organização dos serviços e os valores definidos, mais fácil será alcançar bons níveis de qualidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL - SEBASTIANI - Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2008 - págs: 17-20