terça-feira, 29 de junho de 2010

GESTÃO ESCOLAR - como atua o trio gestor

Fazer uma escola atingir bons resultados na aprendizagem dos estudantes e oferecer uma Educação de qualidade é uma responsabilidade complexa demais para ficar na mão de apenas uma pessoa. Por muito tempo, somente o professor foi responsabilizado por isso. Porém a sociedade foi percebendo que o profissional da sala de aula, sem a formação adequada e o apoio institucional, não é capaz de atingir sozinho os objetivos educacionais almejados. Dos anos 1970 para cá, uma série de pesquisas, realizadas principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, apontou que a atuação de outros atores também influencia no desempenho dos alunos. Entre eles, está a dos profissionais que compõem a equipe gestora da escola. São eles:

- o diretor, responsável legal, judicial e pedagógico pela instituição e o líder que garante o funcionamento da escola;

- o coordenador pedagógico, profissional que responde pela formação dos professores;

- o supervisor de ensino, representante da secretaria de Educação que dá apoio técnico, administrativo e pedagógico às escolas, garante a formação de gestores e coordenadores e dinamiza a implantação de políticas públicas.

Como as diversas partes de um jogo de encaixe, essas funções se articulam formando um bloco coeso para garantir o sucesso da aprendizagem. A denominação dos cargos varia de acordo com a rede e eles podem ser exercidos por uma ou mais pessoas. "A gestão da Educação exige planejamento, estabelecimento de metas, manutenção de recursos e avaliação. Se essas bases não são estruturadas em comum, em especial por esse trio gestor, nunca existirá de fato uma rede de ensino", afirma Cybele Amado, diretora do Instituto Chapada, que dá consultoria educacional a 26 municípios da chapada Diamantina, no interior da Bahia.

Rede com foco e formação permanente

Um trabalho em conjunto bem realizado leva a escola a bons resultados. A pesquisa Práticas Comuns à Gestão Escolar Eficaz, realizada pela Fundação Victor Civita no ano passado, comparou as iniciativas de gestão de escolas com desempenhos similares na Prova Brasil e concluiu: as que têm mais proximidade com a Secretaria de Educação se saem melhor na avaliação. O relacionamento é tão mais estreito quanto melhor e mais efetiva for a atuação do supervisor nas diversas unidades de ensino. Entre os diversos papéis que ele desempenha, os mais estratégicos são monitorar a implantação e a continuidade de políticas públicas, evitando que a rede perca o foco, acompanhar e apoiar o desenvolvimento do projeto político pedagógico das escolas e fazer a formação de diretores e coordenadores pedagógicos.

É preciso ressaltar que muitas redes ainda não têm uma estrutura que permita a integração do trio gestor. Noutras, mesmo com a existência das funções, não há uma cultura de colaboração. "Muitas vezes, existe um embate entre os profissionais e o trabalho simplesmente não sai: o diretor acha que o supervisor não sabe o que ocorre dentro da escola e rejeita orientação, mas, ao mesmo tempo, demanda providências da Secretaria para fazer uma boa gestão", conta Helenice Maria Sbrogio Muramoto, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e doutora pela Universidade de São Paulo com a tese Ressignificando a Supervisão Escolar.

É quando o jogo de encaixe fica com as peças embaralhadas e desconectadas. De fato, é muito comum ouvir gestores se queixando de que os supervisores vão às escolas somente para fiscalizar e dar ordens. Estes, por sua vez, reclamam que aqueles não sabem administrar e os coordenadores pedagógicos não formam os professores - e por isso alguns assumem essa função diretamente, deixando os coordenadores à margem do processo. Sentindo-se excluídos, esses últimos alegam que os supervisores não têm os conhecimentos didáticos necessários para orientar a equipe docente. Enfim, "picuinhas" que não levam a lugar nenhum e podem ser superadas quando a Secretaria oferece condições para o trabalho em conjunto e cria uma rotina de cooperação e responsabilização pelos resultados do ensino.

Nesta reportagem, vamos mostrar o papel de cada um dos elementos do trio gestor e como três redes de ensino de dimensões e problemas distintos montaram seus organogramas para garantir um trabalho conjunto eficiente.
A função de cada um e o trabalho em conjunto

O diretor é o gestor escolar por excelência, aquele que lidera, gerencia e articula o trabalho de professores e funcionários em função de uma meta: a aprendizagem de todos os alunos. É ele quem responde legal e judicialmente pela escola e pedagogicamente por seus resultados - essa última atribuição, a mais importante, é às vezes esquecida.

Já o coordenador pedagógico deve ser o especialista nas diversas didáticas e o parceiro mais experiente do professor. É ele quem responde por esse trabalho junto ao diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para transformar a escola num espaço de aprendizagem. O que ocorre em muitos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas - e a formação permanente fica em segundo plano ou desaparece.

O supervisor, terceira peça do trio gestor, é o funcionário destacado pela Secretaria de Educação, geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a interface do Executivo com elas. As redes mais bem estruturadas dispõem de uma equipe de supervisores que divide responsabilidades e se articula para fazer a orientação dos diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar os coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a implementação das políticas públicas, que são as orientações oficiais que dão unidade à rede. Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, que também faz formação de educadores, afirma que esses técnicos da Secretaria devem ser os grandes parceiros da equipe escolar: "Com a experiência que têm, eles podem garantir as condições para que todas as escolas tenham um bom desempenho".

FONTE:
acessso em 29/06/2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ECONOMIA BRASILEIRA E ARTE MODERNA

No início do século XX, para a economia brasileira, o centro gravitacional ainda era a agroexportação e tinha como principais produtos o café (até 1918) e em segundo lugar a borracha. Ao redor desta economia agrária, desenvolvia-se a produção industrial de têxteis, alimentos e vestuário, que encontravam estimulo junto às crises eventuais da cafeicultura e por circunstâncias externas, como a Primeira Guerra Mundial.
Tendo como eixo desse desenvolvimento industrial, o Rio de Janeiro, a capital e São Paulo, a maior economia cafeeira, a região sudeste já apresentava alguns fatores importantes para tal desenvolvimento em comparação a outras partes do território nacional, como portos, mão-de-obra, mercado, energia, transportes e infra-estrutura urbana. No entanto, os limites da modernização viam que o capitalismo industrial estava presente na ausência de indústrias de base que produzissem matérias-primas, insumos e máquinas para atender aos demais setores industriais, dependendo assim da importação para contornar as necessidades internas.
A crise da República Velha ocorre no rastro da crise do café e da Bolsa de Nova York em 1929, mas se relaciona antes com o desgaste da política das oligarquias, as revoltas tenentistas, os movimentos e as greves de trabalhadores urbanos, já associados às ideologias dos países capitalistas centrais importadas pelos imigrantes europeus, como o anarquismo.
Diante desse contexto histórico os militares se lançam novamente como agentes possíveis da organização do Estado, dando força a um movimento político e ideologicamente difuso: o tenentismo.
No entanto, em meio às controvérsias econômicas e políticas que ligavam o passado e o presente na sociedade brasileira, talvez o traço mais moderno a ser registrado até ter início a década de 1930, tenha sido a SEMANA DE ARTE MODERNA, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, cujas manifestações artísticas em poesias, esculturas, pinturas e música escandalizaram o público paulistano ao romper os padrões estéticos então vigentes. 


O SARAMPO ANTROPOFÁGICO

A respeito do movimento modernista, os críticos e os estudiosos entram em sintonia num ponto: a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, em São Paulo, representou um marco, verdadeiro ponto de inflexão no modo de ver o Brasil.

Não só de ver como de escrever sobre o Brasil. Em geral, os artistas e intelectuais de 1922 queriam arejar o quadro mental da nossa "intelligentsia", queriam pôr fim ao ranço beletrista, à postura verborrágica e à mania de falar difícil e não dizer nada. Enfim, queriam eliminar o mofo passadista da vida intelectual brasileira.

Do ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da Semana foi acertar os ponteiros da nossa literatura com a modernidade contemporânea.
Para isso, era necessário entrar em contacto com as técnicas literárias e visões de mundo do futurismo, do dadaísmo, do expressionismo e do surrealismo, que formavam, na mesma época, a vanguarda européia. Desse ângulo, o modernismo é expressão da modernização operada no Brasil a partir da década de 20, que começava a dar sinais de mudança (vide, no plano político, o movimento rebelde dos tenentes) de uma economia agroexportadora para uma economia industrial.

Esse juízo é, do ponto de vista mais geral, certeiro; no entanto, ele não deve esconder as diferenças no seio do movimento de 22. Diferenças de ordem política, ideológica e estética. Na verdade, houve duas correntes modernistas: uma de inspiração conservadora e totalitária, que iria, em 1932, engrossar as fileiras do integralismo, e outra, mais crítica e dissonante, interessada em demolir os mitos ufanistas e contribuir para o conhecimento de um Brasil real que não aparecia nas manifestações oficiais e oficiais da nossa cultura. O pressuposto essencial de 22, o autoconhecimento do País, tinha a um só tempo de acabar com o mimetismo mental e denunciar o atraso, a miséria e o subdesenvolvimento. Mas denunciar com uma linguagem do nosso tempo, moderna, coloquial, aproveitando o arsenal estilístico e estético das inovações vanguardas européias.

Essas duas correntes se delineiam em 1924, com a publicação do primeiro manifesto de Oswald de Andrade, Pau Brasil, no "Correio da Manhã". Nele já estava inscrito o lema que guiaria toda a atividade artística e intelectual da ala crítica modernista: "A língua sem arcaísmos, sem erudição. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos". A outra corrente, conservadora, que iria opor-se a Oswald de Andrade, seria conhecida por verde amarelismo, cujo batismo mostra bem a filiação nacionalista e xenófoba: um canto de amor, cego e irrestrito, às "glórias pátrias". Em 1928, essa oposição recrudesce. E, com ela, a politização do modernismo. Verde-amarelismo transmuta-se em Anta; Paulo-Brasil deságua no movimento antropofágico.

Neste mês de maio faz 50 anos que o inquieto, o irreverente e zombeteiro Oswald de Andrade escreveu o manifesto literário antropofágico. De lá para cá muita coisa mudou no Brasil. Tanto política como culturalmente. Apesar de marcado ainda por traços de dependência, o País se industrializou nas últimas décadas; houve mudanças sociais e econômicas significativas. Se não quisermos apenas celebrar ingenuamente a data, temos de nos perguntar: teria ainda alguma coisa a dizer e a ensinar o manifesto literário escrito em 1928?

Para isso, seria preciso situar o núcleo da antropofagia, que Oswald de Andrade, aliás, nunca formulou clara e explicitamente; seu manifesto foi escrito numa linguagem elíptica, repleta de ambiguidades e sem ligação explícita entre as frases. Mas, mesmo assim, dele é possível extrair algumas formulações. O que o caracteriza é a retratação do caráter assimétrico da nossa cultura, onde coexistiam o bacharelismo de Rui Barbosa, ou as piruetas verborrágicas de Coelho Neto, junto com as experiências vanguardistas do pintor Portinari. E hoje, de um lado, a moda de viola e a música sertaneja; doutro lado, a bossa nova e o cinema novo. Essa mistura, por assim dizer, era vista como resultado do desenvolvimento histórico no Brasil que, apesar de unitário, apresenta um abismo entre os aspectos arcaicos e modernos, entre as favelas e os arranha-céus, entre os guardadores de carro e os "shopping-centers", entre Embratel e Piauí.
O manifesto antropofágico tocou no cerne do capitalismo no terceiro mundo: a dependência. Ou pelo menos captou seus reflexos no plano da cultura. Denunciou o bacharelismo das camadas cultas, que permanecem alheadas da realidade do País, reproduzindo os simulacros dos países capitalistas hegemônicos. Ironizou a consciência enlatada de largos setores do pensamento brasileiro, que se comprazem, quando muito, em assimilar idéias, jamais criá-las. Se Oswald de Andrade teve a lucidez de ridicularizar com o mimetismo que tanto seduz o intelectual solene e bacharel, ele não caiu no equívoco de fechar as portas do País do ponto de vista cultural. Ao contrário, sua formulação em torno da "deglutição antropofágica" exige o remanejamento das idéias mais avançadas do Ocidente em conformidade com a especificidade de nosso contorno social e político.

Nesse ponto é difícil negar sua atualidade. Ademais, a estrutura social que a antropofagia reflete e denuncia ainda não mudou em seus aspectos fundamentais. A industrialização das últimas décadas, realizada sob a égide do capitalismo concentracionista, aguçou ainda mais o desenvolvimento desigual em nosso País, trazendo, de um lado, sofisticação e modernização tecnológicas e, doutro lado, engendrando bóias-frias e marginalidade urbana. O Brasil em que Oswald escreveu o manifesto antropofágico e o Brasil de hoje é ainda o mesmo, ostentando, entre outras coisas, "berne nas costas e calosidades portinarescas nos pés descalços".
A retomada oswaldina na década de 60 sobretudo pela música popular (através do movimento tropicalista), tem a sua razão de ser em parte na persistência dessa estrutura social. Ao contrário da década de 40 - época em que foi injustamente criticado de escritor desleixado e superficial - Oswald de Andrade goza, nos dias de hoje, de enorme receptividade, principalmente junto ao público universitário. Ao lado de Mário de Andrade, que forma o outro pólo da moderna literatura brasileira, é impossível compreender o sentido e a dinâmica do movimento de 22 sem levá-lo em conta.
Nesse sentido, o manifesto antropofágico é um sarampo que pegou fundo e de maneira duradoura a cultura no Brasil. (Folha de São Paulo - 15 de maio de 1978)

FONTES:
CONTEXTOS BRASILEIROS - Curitiba IESDE Brasil S.A., 2008 – págs 19 e 20
acesso em 27 de junho de 2010

domingo, 20 de junho de 2010

O QUE É UM POLO DE APOIO PRESENCIAL? - PORTAL DO MEC / UAB

Os polos de apoio presencial são as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior no âmbito do Sistema UAB. Mantidos por Municípios ou Governos de Estado, os polos oferecem a infraestrutura física, tecnológica e pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos a distância.

O polo de apoio presencial também pode ser entendido como "local de encontro" onde acontecem os momentos presenciais, o acompanhamento e a orientação para os estudos, as práticas laboratoriais e as avaliações presenciais.

O objetivo dos polos é oferecer o espaço físico de apoio presencial aos alunos da sua região, mantendo as instalações físicas necessárias para atender aos alunos em questões tecnológicas, de laboratório, de biblioteca, entre outras.

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL


O edital da UAB definiu o pólo de apoio presencial como: “estrutura para a execução descentralizada de algumas das funções didático-administrativas de curso, consórcio, rede ou sistema de educação a distância, geralmente organizada com o concurso de diversas instituições, bem como com o apoio dos governos municipais e estaduais”. Isso significa, fundamentalmente, um local estruturado de modo a atender adequadamente estudantes de cursos a distância. Será o local onde o estudante terá acesso local a biblioteca, laboratório de informática (por exemplo, para acessar os módulos de curso disponíveis na Internet), ter atendimento de tutores, assistir aulas, realizar práticas de laboratórios, dentre outros. Em síntese, o pólo é o “braço operacional” da instituição de ensino superior na cidade do estudante ou mais próxima dele.
Estudos comprovam que o pólo de apoio presencial cria as condições para a permanência do aluno no curso, criando um vínculo mais próximo com a Universidade, valorizando a expansão, interiorização e regionalização da oferta de educação superior pública e gratuita. Assim, o pólo de apoio presencial poderá constituir-se, em curto prazo, centro de integração e desenvolvimento regional e de geração de empregos.
Nesse sentido, é crucial que o pólo seja bem projetado para atender tanto às necessidades das instituições federais de ensino superior, quanto às necessidades dos estudantes, permitindo que todos os alunos tenham acesso aos meios modernos de informação e comunicação.

 acessos em 20/06/2010

sábado, 19 de junho de 2010

CIDADANIA MODERNA E MOVIMENTOS SOCIAIS - SÍNTESE

A cidadania praticada na atualidade, tem seus conceitos e práticas geridos a partir do resultado de três importantes movimentos históricos: a revolução Inglesa, a guerra de Independência dos Estados Unidos da América do Norte e a Revolução Francesa, que a partir de suas peculiaridades, marcaram o século XVIII e transformaram o planeta.
Como resultado deste processo histórico, marcado por lutas e revoluções que tinham como ideais, a proteção dos indivíduos, da propriedade e da participação em decisões governamentais, ocorridas em territórios norte-americano e europeu a cidadania contemporânea, ampara-se na democracia, tendo-a como aliada necessária, afim de cumprir seu papel e aprimorar-se, em sua condição essencial: o usufruto de direitos civis, políticos e sociais.
No Brasil, desde o final dos anos 1970, relevantes movimentos sociais ganharam força, marcaram época e fizeram história, mas ainda encontramos a cidadania brasileira, como tantos outros processos fundamentais, atrelados ao poder econômico, uma vez que a população usufrui com maior ou menor intensidade, de acordo com seus bens e poderes o que resulta numa prática democrática deficiente para o pleno exercício da mesma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NOGUEIRA, José Augusto de Souza – CIDADANIA MODERNA E MOVIMENTOS SOCIAIS – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008, pag. 39-43

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – MINIAURÉLIO Sec XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed.rev.ampliada – Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 2001

quarta-feira, 16 de junho de 2010

LEI Nº 11.788 DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 - ESTÁGIO DE ESTUDANTES

Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO

Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.

§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.

§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.

§ 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória.

§ 3o As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.

Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:

I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;

II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;

III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.

§ 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final.

§ 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

Art. 4o A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros regularmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável.

Art. 5o As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.

§ 1o Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio:

I – identificar oportunidades de estágio;

II – ajustar suas condições de realização;

III – fazer o acompanhamento administrativo;

IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;

V – cadastrar os estudantes.

§ 2o É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo.

§ 3o Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular.

Art. 6o O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organizado pelas instituições de ensino ou pelos agentes de integração.

CAPÍTULO II
DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Art. 7o São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:

I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;

II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do educando;

III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;

IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades;

V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas;

VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos;

VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas.

Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3o desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.

Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei.

Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do caput do art. 3o desta Lei.

CAPÍTULO III
DA PARTE CONCEDENTE

Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações:

I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento;

II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;

III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;

IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;

V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;

VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.

Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino.

CAPÍTULO IV
DO ESTAGIÁRIO

Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:

I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;

II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

§ 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.

§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.

Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.

Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório.

§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.

§ 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Previdência Social.

Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares.

§ 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.

§ 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano.

Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio.

CAPÍTULO V
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

§ 1o A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo correspondente.

§ 2o A penalidade de que trata o § 1o deste artigo limita-se à filial ou agência em que for cometida a irregularidade.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5o desta Lei como representante de qualquer das partes.

Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:

I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;

II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;

III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;

IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários.

§ 1o Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no estabelecimento do estágio.

§ 2o Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles.

§ 3o Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior.

§ 4o Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio profissional.

§ 5o Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio.

Art. 18. A prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência desta Lei apenas poderá ocorrer se ajustada às suas disposições.

Art. 19. O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 428. ......................................................................

§ 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.

......................................................................

§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.

......................................................................

§ 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.” (NR)

Art. 20. O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria.

Parágrafo único. (Revogado).” (NR)

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 22. Revogam-se as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001.

Brasília, 25 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
André Peixoto Figueiredo Lima

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.9.2008

FONTE: PORTAL DO MEC

terça-feira, 15 de junho de 2010

A VIAGEM DE CHIHIRO - aventura em animação

Chihiro, uma menina esperta de 10 anos, e seus pais estão de mudança. Nos arredores do novo bairro, eles se deparam com um parque de diversões abandonado. Como num sonho ela começa a viver uma grande aventura num mundo encantado, habitado por fantásticas criaturas e passa a ser protegida por Haku, um menino com poderes mágicos.
Para slavar seus pais e voltar ao nosso mundo, Chihiro terá de ter muita humildade, coragem e determinação.

ASSISTA AO TRAILER: "A VIAGEM DE CHIHIRO"

DIFERENÇAS E PRECONCEITO NA ESCOLA : alternativas teóricas e práticas

A dicotomia "preconceito versus cidadania" tem-se apresentado como uma das questões mais inquietantes da atualidade. Como proporcionar, na trajetória escolar, uma convivência pacífica entre pessoas diferentes? Como compatibilizar, na escola e na sala de aula, as igualdades democráticas com as particularidades humanas e sociais, sejam elas de gênero, geração, étnicas, religiosas, cognitivas ou culturais? Frente a tais questões, esta coletânea de diferentes autores foi elaborada na tentativa de instrumentalizar ações conseqüentes para se enfrentar as diferenças e o preconceito no dia-a-dia da escola.

AQUINO, Julio Groppa (Org.) Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. 216p. ISBN: 8532306101

COMPUTADOR PORTÁTIL PARA PROFESSOR - GOVERNO FEDERAL

Projeto abrange todo o país

Vencida, com sucesso, a fase de testes iniciada em 31/08/09 em 64 municípios, o Projeto Computador Portátil para Professores é estendido agora a todos os municípios brasileiros. E o Governo Federal escolheu justamente o Dia do Professor (15 de outubro) para proporcionar a toda essa valiosa categoria os benefícios do Projeto, permitindo a aquisição facilitada de notebook, conforme especificado nesse site. Sendo assim, todo professor, das redes públicas e privadas e de todos os níveis de ensino, que deseje aderir ao Projeto deve procurar uma agência dos Correios, do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal para providenciar seu pedido de compra, seguindo os roteiros do Projeto. O Correio, como integrador logístico, encaminhará o pedido ao fabricante escolhido, buscará o equipamento junto à indústria e o entregará no endereço definido pelo professor. Com esse Projeto, o Governo Federal espera incluir digitalmente todo um universo de profissionais que se dedicam à educação, contribuindo, com isso, para a melhoria da qualidade do ensino brasileiro.

Apresentação

O projeto Computador Portátil para Professores foi elaborado em continuidade ao projeto Cidadão Conectado – Computador para Todos, sendo também parte integrante das demais iniciativas de qualificação da educação brasileira. O projeto é resultado da articulação entre o setor privado - indústria de computadores e bancos - e o setor público, por intermédio da Presidência da República, Ministério da Educação - MEC, da Ciência e Tecnologia – MCT, e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, destinado aos professores em atividade do ensino básico, profissional e superior das instituições credenciadas junto ao MEC. O objetivo central do Programa é facilitar aos professores a aquisição de computadores portáteis.

Inicialmente, os procedimentos do programa foram testados em 64 cidades do país que fazem parte da Rede de Aprendizagem e obtiveram maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB com base no ano de 2007.

Objetivo geral

Criar condições para facilitar a aquisição de computadores portáteis para professores da rede pública e privada da educação básica, profissional e superior, credenciadas junto ao Ministério da Educação - MEC, a baixo custo e condições diferenciadas de empréstimo.

O projeto pretende contribuir diretamente com outros projetos e programas do Governo Federal, como o projeto Um Computador por Aluno - UCA, o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo, e o Programa Banda Larga nas Escolas que visam universalizar o uso de computadores e a conexão à internet nas escolas públicas até o final de 2010.


Objetivos específicos

1. Facilitar aquisição de computadores portáteis para professores com preço máximo de R$ 1.400,00 (Hum mil e Quatrocentos Reais) à vista, com frete incluso e configuração básica de acordo com a portaria do programa Cidadão Conectado – Computador para Todos.
2. Auxiliar na formação intelectual e pedagógica dos professores, a partir da interação com as novas tecnologias da informação e comunicação - TIC, através da facilitação do acesso ao computador portátil.
3. Aumentar os atuais patamares da inclusão digital e fomentar o desenvolvimento sustentável brasileiro.
4. Propiciar um ambiente favorável à inovação na área de educação, paralelamente ao desenvolvimento de futuras tecnologias na área pedagógica e social, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do ensino público brasileiro.

Fonte:

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO – articulações indissociáveis essenciais

A ação de planejar na escola, tendo em vista sua importância na organização e gestão, carece ultrapassar a dimensão técnica, integrando-se a ela, uma dimensão político-social e científica, concomitantemente. Já a avaliação pode ser compreendida como uma crítica do percurso desta ou de outras ações, podendo ser curta ou prolongada, mas deve fornecer elementos necessários a melhoria do processo ensino-aprendizagem e a resolução dos problemas existentes no espaço educacional.
Estas articulações encontram-se diretamente associadas: o planejamento precisa ser um ato coletivo, que garanta a eficácia dos trabalhos na instituição de ensino, considerando o ambiente–físico, os recursos humanos, didáticos e financeiros e ainda fatores externos tais como políticas sociais, a avaliação por sua vez, através de suas indicações, nos permite traçar objetivos, repensá-los e criar estratégias mais apuradas para modificar e aperfeiçoar o campo de atuação de todos os atores envolvidos no processo escolar.
Segundo CERVI, Rejane de Medeiros (2008, p. 75)
podemos simplificar a compreensão da avaliação, definindo-a como o processo de conhecer e julgar a relação entre metas estabelecidas, recursos, empenhos e resultados obtidos pela administração e por professores e alunos em uma dada situação de trabalho na instância pedagógica. Esse conhecimento serve à tomada de decisão das intervenções que regulam e aperfeiçoam a função escolar sob a inspiração de planos e projetos educacionais formalizados. Com tal definição, a avaliação educacional compromete-se com processos de mudança planejada.
Avaliação e planejamento são processos indissociáveis, e ao se complementarem, necessitam findarem-se em ações pedagógicas e administrativas críticas, transformadoras e indiscutivelmente respeitadoras das múltiplas faces envolvidas no processo, objetivando uma maior segurança nas práticas educativas atuais e futuras em prol de resultados necessários, significativos e satisfatórios.

Referência bibliográfica
CERVI, R.M. Planejamento e avaliação educacional. Curitiba: Ibpex, 2008.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

RESUMO - CONCEITO E ELABORAÇÃO

Resumo: exposição abreviada de um acontecimento, texto, livro, peça, etc; condensação em poucas palavras.
Para elaborar um bom resumo, é necessário o entendimento do texto, através de leituras (no mínimo três) e a partir daí, começar o trabalho. É por meio da prática e da leitura que a escrita desenvolver-se-á melhor.

Tipos de resumo:

indicativo: indica as idéias principais do texto, sem dados qualitativos ou quantitativos.
informativo: informa, fornecendo todos os dados relevantes para que essa informação seja suficiente ao leitor.

Estrutura do resumo:

Introdução, desenvolvimento e conclusão: o resumo não é um texto “colado”. Não adianta encontrar o tópico frasal e os argumentos que o sustentam se eles não receberam um trato em termos de organização textual.

Introdução: é o início do texto, contendo o tema a ser desenvolvido, exposto com muita clareza. Envolve o problema a ser analisado. Pode ser exposto em apenas um parágrafo.
Desenvolvimento: é o corpo do texto, onde se organiza o pensamento. Geralmente sua estrutura ocupa 50% do texto.
Conclusão: é a síntese do problema tratado no decorrer do texto, o fechamento da redação. Pode também ser exposta em um único parágrafo, tendo o ponto de vista do escritor, mesmo já tendo aparecido nas outras partes, um maior destaque.

Mostrar as idéias através da compreensão do redator do resumo: deve-se usar um estilo pessoal para cômpor o texto, a fim de que o mesmo não seja um recorte do original.

A extensão de um resumo de notas e comunicações breves é de 100 palavras: o resumo é proporcional ao texto, portanto quanto menor for o texto, menor será o resumo, sendo importante, que nele conste o tema, os objetivos e as hipóteses que permeiam o trabalho.

A extensão do resumo para monografias e artigos deve ser de até 250 palavras: em geral trata-se de um trabalho mais extenso, consequentemente o resumo será maior do que notas e comunicações breves.

A extensão do resumo para relatórios e teses é de 500 palavras: costuma ser maior ainda , sendo portanto seu resumo maior do que de monografias e artigos.

Técnicas de resumo:

Ler integralmente o texto para descobrir a temática principal: quando se sabe que a tarefa é condensar um texto, devemos lê-lo com muita atenção, para familiarizar-mos com a temática principal, pois é tendo-a como base que o autor desenvolverá os argumentos.

Realizar uma segunda leitura, para que haja uma compreensaão mais detalhada do texto: num primeiro momento, podemos achar uma temática central, mas é em uma segunda leitura que teremos certeza.

A partir da terceira leitura é que se começa, então, o trabalho de redação do resumo: segmentar o texto em partes – por parágrafos, por capítulos ou por oposição de ideias, de tempo, de lugar, de comportamento dos personagens; destacar a(s) ideia(as) principal(is) e cada parte segmentada; reunir todos os procedimentos anteriores num texto reduzido, mantendo o estilo do autor, a coesão e a coerência, de forma a estabelecer relação entre as ideias destacadas no texto original.

Dar a redação final: depois de todos os passos, podemos escrever o texto final, cuidando de todos os aspectos que lhe dão características de texto.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:
Leitura e produção de textos - CORREA, Vanessa Loureiro - 2ª edição
Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ENTRE LES MURS - "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"

"Entre os Muros da Escola" expõe a visão francesa do choque de civilizações

EDILSON SAÇASHIMA


Existe um fosso que separa o professor e os alunos que protagonizam o filme "Entre os Muros da Escola", vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado. No microcosmo de uma sala de aula, a expressão "choque de civilizações" poderia ser usada para sintetizar a relação entre eles.

Laurent Cantet fala sobre "Entre os Muros da Escola" em entrevista exclusiva

Há uma diferença cultural e social que gera incompreensão e atrito entre ambas as partes, em um retrato do que seria a França contemporânea. Os muros da escola não são os únicos que revelam uma divisão e uma impenetrabilidade entre dois lados. Há também outros muros invisíveis que estão sugeridos no filme.

VEJA MAIS FOTOS DO FILME "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"

De um lado desse muro está François Marin, um professor de francês vivido por François Bégaudeau, que também é o autor do livro homônimo no qual "Entre os Muros da Escola" é baseado. De outro, está um grupo de alunos entre 13 e 15 anos composto por negros africanos, asiáticos latino-americanos e franceses.

François pode ser visto como um educador, em um primeiro momento, mas também como uma espécie de colonizador. Seu sobrenome Marin, que pode ser traduzido ao português como marinheiro, sugere alguém que é desbravador dos mares e de novas terras. Seu esforço em fazer com que seus alunos incorporem o idioma francês pode ser interpretado como uma espécie de "processo civilizador" imposto a esses alunos de diferentes etnias.
A linguagem é o grande campo de batalha onde é travado esse conflito cultural. O filme se sustenta basicamente apenas com longos diálogos, e muitos deles trazem o frescor do improviso. Sem um roteiro em mãos, os jovens puderam criar seus próprios diálogos, o que dá a sensação de que a realidade daqueles garotos invadia a ficção de "Entre Muros".

A invasão da realidade no filme também se dá através do nome dos personagens, que é a mesma dos jovens na vida real. Porém, duas exceções merecem menção. Khoumba, vivida por Rachel Régulier, é uma aluna chamada de insolente por se recusar a atender uma ordem do professor. Souleymane, interpretado por Franck Keïta, é o garoto problemático que se indispõe com o professor e seus colegas.

São os dois personagens "rebeldes" e principais questionadores da autoridade de François. Apresentá-los como personagens fictícios parece querer desvinculá-los do mundo real. É como se a visão deste filme francês fosse apenas capaz de ver o "verdadeiro" outro como o "bom selvagem", aquele personagem de outra etnia que se esforça a assimilar a cultura francesa. Talvez por isso, os professores lamentem a possibilidade de deportação do chinês Wei, um aluno dedicado no estudo do francês e bom moço, mas se reúnam para discutir a expulsão de Souleymane, um personagem que vemos falar um outro idioma.

O filme reforça uma visão colonizadora a partir do ponto de vista de alguém que se toma, mesmo que inconscientemente, como a "civilização". Assim, o outro se torna o retrato da rebeldia que deve ser conquistado através da assimilação da cultura da "civilização".

Para o público brasileiro, a imagem de alunos que questionam a autoridade do professor e até mesmo são agressivos possibilita outra discussão. Trata-se de um retrato que talvez não seja diferente do que vemos em escolas brasileiras, em que é comum o relato de desrespeito ao mestre. Mas a escola em si não parece ser o principal foco do filme. Tanto que o título original se refere apenas aos muros. A menção à escola no título é uma inclusão da distruibuidora do filme no Brasil.

ASSISTA AO TRAILER DE "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"

FONTE:
acesso em 09/06/2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PREFEITURA DE SÃO PAULO TERÁ QUE ACEITAR DIPLOMAS DE EAD

Há meses, a Prefeitura de São Paulo vinha impedindo e negando a posse de candidatos portadores de diplomas de cursos a distância, sob a justificativa de que são válidos apenas os diplomas obtidos em cursos presenciais. Pois no início da semana, a Justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo não recuse mais os diplomas e certificados conferidos por cursos a distância nos concursos públicos para o magistério.

Na sentença, o juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara de Fazenda Pública, argumentou que “diante da regulamentação federal, os diplomas de cursos superiores a distância, emitidos por instituições de educação superior devidamente credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) para esta modalidade, estão amparados pela lei e não se distinguem de diplomas de cursos presenciais”.

A partir de agora, a Prefeitura também está proibida de inserir cláusula restritiva em editais de concurso para o magistério em que aceita apenas diplomas obtidos em cursos presenciais, e de impedir a posse de candidatos aprovados em cargos de magistério sob o fundamento de que os diplomas não foram obtidos em cursos presenciais.

Fonte:
  acesso em 07 de junho de 2010

MAGDALENA CARMEN FRIDA KAHLO Y CALDERÓN – VIDA E OBRA – BREVE HISTÓRICO

"Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor."


Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907, na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, que naquela época era uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México.
Aos seis anos, contraiu poliomielite, o que lhe deixou como seqüela uma deformação no pé direito e que lhe rendeu o apelido de Frida pata de palo (Frida perna de pau), passando a partir daí a adotar calças e depois longas e exóticas saias, que vieram a ser sua marca registrada.
Em 1922, enquanto se preparava para estudar medicina, conheceu o muralista Diego Rivera, que pintava o mural La creación e também assistiu à aulas de desenho e modelagem.
Em 1925, sofreu um terrível acidente, um bonde no qual viajava chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou suas costas, atravessou sua pélvis e saiu por sua vagina, obrigando-a através de tratamentos médicos a usar vários coletes ortopédicos de materiais diferentes, que a mesma acabou por retratar em algumas de suas obras, como: “A coluna partida”.
Em função da tragédia, a artista submeteu-se a várias cirurgias, e ficou um longo tempo acamada, começando a partir daí, a pintar com uma caixa de tintas que pertenciam ao seu pais, e com um cavalete adaptado à cama.
Em 1928, ao entrar para o Partido Comunista do México, reencontrou-se com Rivera e iniciou uma relação amorosa que durou até a morte de Frida.
Na época o pintor a retratou no afresco Balada de La Revolucíon 
(Balada da revolução), que fez para o Ministério da Cultura. Casaram-se em 1929, pouco antes de Rivera ser expulso do partido, que Frida também abandonou em seguida.
Sob a influência do trabalho de seu marido, Frida adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou em sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, adotando frequentemente temas do folclore e da arte popular do México.
Em 1930, o casal partiu para os Estados Unidos, onde viveu por muitos anos. A sempre instável saúde de Frida começou a piorar.
Em 1937, o intelectual marxista, León Trotsky e sua companheira hospedaram-se na casa de Frida e Rivera, na Cidade do México. Em 1938, Frida fez, com grande êxito, sua primeira exposição individual em Nova York, tendo sua obra sido qualificada por André Breton como surrealista, o que não obstante, Frida mesma declara: “pensavam que eu era surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”.
                                                                               
Em 1939, antes de uma breve separação de Rivera, expôs em Paris na galeria Renón et Colle. Em 1934 dá aulas na escola La Esmeralda, no México.
Em 1946, recebeu o Prêmio Nacional de Pintura e foi operada da coluna em Nova York, cirurgia a que se submeteu diversas outras vezes, obrigando-se a passar meses em hospitias, sempre envolvida com remédios, tratamentos e muita dificuldade de movimentos.
Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea de seu país organiza uma importante exposição em sua honra, cuja inauguração presenciou deitada em sua cama.

Logo depois, teve a perna direita amputada e pouco antes de morrer, muito doente, participou de uma manifestação contra a intervenção norte-americana na Guatemala.

Frida Kahlo, morreu aos 47 anos, em 13 de julho de 1954 na mesma cidade de seu nascimento, sendo muitos de seus trabalhos auto-retratos que simbolicamente articulam suas próprias dores.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Empresa Folha da Manhã S.A., 1996
Encarte das edições de domingo da Folha de S. Paulo de março a dezembro de 1996.

Grande Enciclopédia Barsa – 3ª ed. – São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda., 2004